O Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MP-MS) denunciou o presidente afastado da Federação de Futebol do Estado (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, e outras 11 pessoas por suspeita de desvio de R$ 6 milhões da entidade.
A investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) aponta Cezário como suspeito de cinco crimes: peculato (desvio de dinheiro ou bem público), furto qualificado, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O relatório da investigação, com mais de 253 páginas, aponta o presidente afastado da FFMS como o chefe de um esquema para desviar recursos que eram destinados ao futebol estadual por meio da entidade.
A investigação, conforme o MP-MS, reúne documentos dos últimos cinco anos, entre 2018 e 2023, além de contar com dados de interceptações telefônicas autorizadas pelo Justiça e quebra do sigilo bancário dos suspeitos.
Cezário estava a frente da FFMS desde 1998, totalizando 26 anos como principal autoridade do futebol sul-mato-grossense. Dentro deste período, entre 2001 e 2004, chegou a acumular o cargo de dirigente esportivo com o de prefeito da cidade de Rio Negro, no norte do estado.
O presidente afastado estava preso desde o dia 21 de maio, quando o Gaeco deflagrou a operação Cartão Vermelho. Em sua casa, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande, foram apreendidos R$ 309,4 mil em dinheiro e ainda US$ 21,8 mil.
Entretanto, nesta quinta-feira (6), a desembargadora Elizabete Anache, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), concedeu liberdade provisória a ele, com uso de tornozeleira eletrônica.
A magistrada tinha negado a liminar, no início da semana, mas reconsiderou a decisão em razão, principalmente, da condição de saúde de Cezário. Ele está internado, desde a noite desta quarta (5) após passar mal e vai ser submetido a um cateterismo em um hospital particular de Campo Grande.
Além de Cezário também foram denunciados pelo MP-MS: Aparecido Alves Pereira, Francisco Carlos Pereira, Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira, Umberto Alves Pereira, Valdir Alves Pereira, Rudson Bogarim Barbosa, Jamiro Rodrigues de Oliveira, Marco Antônio Tavares, Marcos Paulo Abdalla Tavares, Marco Antônio de Araújo e Luiz Carlos de Oliveira.
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